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Business Conference aborda avaliação física e gestão administrativa na Convenção Brasil
Postado em 15/06/2015
Fonte: CREF2/RS

Uma parceria do CREF2/RS com a Convenção Brasil 2015 proporcionou gratuitamente neste sábado (13), na PUCRS, o evento Business Conference, levando aos profissionais de Educação Física e às Pessoas Jurídicas as palestras "Avaliação Física no Contexto das Academias", ministrada pelo conselheiro federal do CONFEF Emerson Garcia (CREF 000046-G/MG); e "Saúde Financeira: Alerta Máximo", realizada por Christian Munaier (CREF 041884-P/SP), sócio-consultor da 4GOAL e colunista do canal ESPN. O intuito do evento foi o aprimoramento da gestão das academias, já que dados da Associação da Academias do RS (ACAD RS)indicam que 90% dos proprietários não têm formação na área de gestão administrativa, bem como a aproximação do profissional de Educação Física com o mundo dos negócios e com suas entidades representativas institucionais.

Conselheiro do CONFEF, doutorado pela Universidade da Florida (EUA) e atualmente professor da Universidade Federal do Maranhão, Garcia iniciou seu trabalho com a avaliação física na década de 70, junto à seleção de esquiadores dos EUA, por ocasião do seu trabalho de mestrado. Ele explicou em sua palestra que nesta época o conceito de avaliação física era muito difuso no Brasil. "Trouxe esta experiência para o país nos meados daquela década, implantando primeiramente em uma academia em Belo Horizonte. Foi um período em que a experiência se deu principalmente no sudeste brasileiro”. Mesmo passados mais de 40 anos, o conselheiro ainda vê um nicho que as academias não exploram: a estrutura de atendimento ao esporte. “No Maranhão, tentamos suprir isto com uma parceria entre a UFMA e o Governo do Estado para atender a população. A evolução foi grande, pois já temos exames modernos como a termografia, usada na detecção de lesões".

“Para normatizarmos avaliação física, o CONFEF criou a nota técnica N° 002/2012, com o título “A avaliação física em programas de exercícios físicos e desportivo”, disse Garcia, explicando que a divulgação da nota derivou da demanda de muitas prefeituras por atestados médico para todos praticantes de exercício físico, pelo descaso de alguns profissionais, pela falsa sensação que os mesmos tinham de que o atestado iria isentá-los de suas responsabilidades e de diversos questionamentos ao CONFEF sobre as competências do profissional de Educação Física. As informações contidas nesta nota se fundamentam nas diretrizes do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) e no livro “Recomendações sobre condutas e procedimentos do Profissional de Educação Física na atenção básica à saúde”, publicado pelo CONFEF em 2011.

Segundo a nota, a avaliação física é um procedimento essencial do trabalho do profissional de Educação Física e objetiva reunir elementos para fundamentar a sua decisão sobre o método, tipo de exercício e demais procedimentos a serem adotados para prescrição de exercício físico e desportivo. Este procedimento deve ser amplo e sistemático e de acordo com os objetivos e as características do beneficiário, pode ser composta por anamnese completa, análise dos fatores de risco para coronariopatia, classificação de risco, verificação dos principais sintomas ou sinais sugestivos de doença cardiovascular e pulmonar, medidas antropométricas, testes neuromotores, avaliação metabólica, avaliação cardiorrespiratória e avaliação postural.

Garcia também debateu as mortes de três jovens ocorridas recentemente em academias de Florianópolis. “Um médico avaliou os acontecimentos como exceções, fatos inevitáveis. Contudo, verificou-se que as academias estavam com várias irregularidades no seu funcionamento. Ou seja, se acontecer uma fatalidade, e estivermos totalmente na legalidade, não haverá brecha legal para sermos penalizados". Quanto a casos de óbito em academia, o conselheiro disse que seria sempre prudente a realização de exames toxicológicos nos corpos, o que muitas vezes não é permitido pela família.

Outro fenômeno interessante abordado pelo conselheiro foi o aumento da procura de atividade física indicada por médicos. “Até 2011, o número de pessoas que buscavam atividade física por indicação médica era muito pequeno. Hoje, há 69% de indicação médica. Temos, porém, uma demanda muito diferente. Por exemplo: duas pessoas de mesma idade com 5% de gordura e VO2 diferentes”. O conselheiro aprova a exigência do exame médico, mas admite a falta de médicos como empecilho para atender os pacientes. "Se todos as pessoas que demandarem atividade física exigirem atestados, as filas não iriam ter fim", quantifica.

Já Christian Munaier alertou para a pouca troca de informações no mercado de fitness e pela gestão financeira amadora das academias. “Qual o percentual que vocês destinam à folha de pagamento, com os devidos aprovisionamentos? Quando temos estes dados, temos um bom checkup econômico. A questão da gestão financeira começa com o entendimento de tudo o que está a nossa volta”, analisa. O consultor previu o cenário econômico nacional com retração do PIB e do consumo em relação a 2014. “Ao mesmo tempo, o mercado de atividades físicas está aumentando. Até bem pouco tempo, tínhamos 1,8% de cada brasileiro fazendo atividade física orientada. Em 2014, nós dobramos este número, com 30.767 empresas atuando no segundo maior mercado no mundo. Já os EUA são os primeiros, com 50 milhões de praticantes de atividades físicas”, avalia.

Munaier vê nosso mercado como incipiente, com um longo caminho a percorrer para se tornar maduro. Ele sugeriu o incremento dos eventos realizados nas academias, especialmente nos momentos com baixa expectativa econômica, visando aumentar a rentabilidade. “Sua empresa também pode ser uma importante plataforma de divulgação de outras empresas”, exemplificou. “Em época de pouca procura por nossos serviços, temos que estimular os clientes a comprar planos de mais longa duração, para que possamos ter uma melhor programação. Fica o questionamento: qual a última campanha que as academias fizeram em conjunto para estimular a prática atividade física de forma orientada? Nós temos um mercado sedentário”, sentencia.

Por fim, Munaier propôs tornar a avaliação física como uma ferramenta estratégica no aumento da receita e da segurança do seu cliente. “Transforme esta avaliação em algo desejável pelo cliente, apresentando o profissional de Educação Física com o o indicado para orientá-lo a alcançar seus objetivos, por meio dos seus conhecimentos técnicos, embasamentos científicos, bem como uma atitude humanística na transmissão de conhecimento", incentivou Christian. Ele orienta aos seus gestores que incluam a avaliação física dentro de um pacote de serviços das academias chamado orientação para resultado. "Criem produtos em torno deste poderoso instrumento de trabalho. Mensurem o índice de reavaliações e novas consultas nutricionais. Tenham sempre em vista um indicador de performance", concluiu.