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CREF2/RS realiza evento inédito debatendo a Resolução 391 do CONFEF
Postado em 28/09/2020
Fonte: CREF2/RS

Na última quinta-feira, dia 24, a Comissão de Saúde do CREF2/RS promoveu o webinário “Profissional de Educação Física na Atuação Hospitalar - Fórum de Contextualização da Resolução CONFEF 391/2020”. De acordo com o apresentador e mediador Clery de Lima (CREF 000297-G/RS), o evento ocorreu de forma inédita no Brasil, e contou com o apoio do Sistema CONFEF-CREFs. “Durante quase duas horas, centenas de profissionais assistiram online um debate aprofundado sobre a Resolução que legaliza a atuação do Profissional de Educação Física no contexto hospitalar, lembrando que o trabalho multiprofissional intra e extra hospitalar já acontece há décadas.

Agora, complementa Clery, se abre o campo para consolidar definitivamente a Educação Física na Saúde. Carmen Masson (CREF 001910-G/RS), que também mediou o webinário, ressaltou o importante avanço para o profissional representado pela Resolução, principalmente neste momento em que as doenças crônico-degenerativas, a exemplo da diabetes, câncer e doenças coronarianas, que vêm crescendo em proporções alarmantes. “O sedentarismo é normalmente um fator agravante e o exercício físico é um componente imprescindível no combate e tratamento destas doenças", afirma.

O webinário iniciou com a explanação de Francisco Pitanga (CREF 000108-G/BA), que versou sobre a “Apresentação e contextualização da Resolução 391 do CONFEF”. Pitanga explicou que o CONFEF já trabalhava em uma resolução de atendimento dos profissionais de Educação Física. “Todos protocolos de atendimento dos profissionais eram reconhecidos desde 1997, porém não conseguimos legitimar de forma concreta a atuação nessa área”. Naquele tempo, explica Pitanga, nossa ideia era trabalhar na confecção de uma resolução que tratasse dos protocolos de atendimento, considerando o SUS, a atenção básica, os hospitais públicos e privados, abrangendo também naquilo que o agente está mais acostumado a atuar, que são clubes, academias, clínicas, programas de condicionamento físico, além da possibilidade de montarem consultórios. Este trabalho, escrito em conjunto por 50 profissionais, resultou numa publicação editada ano passado, intitulado “Orientação para avaliação e prescrição de exercícios físicos direcionados para a saúde”, publicada pelo CREF4/SP.

Dando prosseguimento às exposições, Fábio José da Silva (CREF 008140-G/PR) se pronunciou sobre “O profissional de Educação Física na Saúde Pública – SUS”. "Falar sobre a atuação do profissional de Educação Física na atenção primária é muito gratificante porque quando eu tive o ingresso no SUS, em 2014, desconhecia a questão da atenção primária no SUS. Então eu destaquei alguns pontos importantes para referenciar os locais de atuação do primária”. Ele explicou que na atuação primária, que é o locus onde ele atua, estão as Unidades Básicas, o CAPS 2, o CAPS AD (álcool e outras drogas), o Caps Infanto Juvenil e nas Academias da Saúde. “Este é um polo muito importante de promoção da saúde e conhecimento e também não podia deixar de registar, os programas de residência, do qual fiz parte por um certo tempo, que uma forma de mostrar ao egressos da graduação essa visão ampliada do SUS.

Ângela Harthmann (CREF 008303-G/RS) falou sobre o tema “No hospital, onde o profissional de Educação Física pode atuar”. "Primeiramente, gostaria de assinalar para nós, que trabalhamos em hospital, que esta resolução é algo de grandioso. Ângela ressaltou que o trabalho no Serviço de Educação Física e Terapia Ocupacional do Hospital de Clínicas já existe há 40 anos, e ele foi pensado e idealizado por uma professora de Educação Física da UFRGS, chamada Tereza Galvão. “Quando ele foi inaugurado, junto à Unidade Pediátrica como Serviço de Orientação Terapêutica, sendo algo extremante inovador àquela época, e pioneiro no Brasil, e no passar destes anos, apenas em 2005 temos promulgada a Lei das Brinquedotecas, que coloca obrigatório este instrumento onde haja internação pediátricas". A profissional afirma que existiam serviços de Educação Física apenas na Unidade Pediátrica e hoje se espalharam para outros 14 locais do Hospital,

Ângela explica que estes atendimentos se dão na internação psiquiátrica de adultos e adolescentes, na hemodiálise, transplante de medula óssea, ambulatório e cirurgia bariátrica, no ambulatório de Fibrose Cística e muitos outros locais diferentes. "As atividades realizadas têm como base a recreação, devido à importância desta proposta no ambiente hospitalar, seja para criança, seja para o adulto, pois isto tira um pouco da tensão do paciente, e que envolve o ambiente, melhorando qualidade da internação. Além disto, realizamos estímulo motor, com bebês, principalmente, e além disto, o exercício físico em si”

Alexandre Lazzarotto (CREF 002537-G/RS), trouxe o tema “O profissional de Educação Física no contexto hospitalar”. "Se analisarmos retrospectivamente, em uma equipe no contexto hospitalar falávamos nos referindo a médicos e enfermeiros. Hoje, podemos falar que todas as áreas da saúde estão contempladas em um hospital, em maior ou menor grau. E o que significa isto a partir da Resolução? É que estamos formando um profissional com perfiis diferentes, com outras competências e técnicas humanistas. E o ministrar este conhecimento ficava a critério do curso. A Resolução entra para modificar a grade curricular dos curso de Educação Física, abrindo possibilidade de cursos de especialização no âmbito hospitalar público ou privado."

Já Isabel Rossato (CREF 003235-G/RS) falou sobre “O papel de brincar nos cuidados paliativos com pacientes oncológicos”. Eu trabalho há 18 anos na Oncologia Pediátrica, e ao longo do tempo percebi a necessidade de buscar outros conhecimentos para dar conta do trabalho nesta unidade. Eu atuo basicamente com a ferramenta do brincar e com a preocupação de dar continuidade ao crescimento e desenvolvimento destes pacientes que se submetem a um tratamento prolongado". Isabel explicou que ao longo do tempo houve necessidade da busca de outros saberes, pois ela descobriu que as pessoas conversam mais sobre sua situação com aquelas em que elas criam maior vinculo, e por muitas vez os profissionais que trabalham com o brincar são as que criam laços com pacientes e suas famílias. “Então, fui buscar informação em outras áreas. Por exemplo, participo de cursos onde 90% do público são psicólogas".

Você pode assistir o webinário online e gratuito no Youtube e no Facebook do Conselho.