O número de corredores de rua não para de aumentar em Porto Alegre
Postado em 23/04/2018
Fonte: CREF2/RS
Seja apenas no fim de semana ou sempre que pode, há um grupo que não para de aumentar no Brasil: o de pessoas que participam das corridas de rua. O número de corredores de rua cresceu mais de 50% nos últimos 5 anos e, atrás de tanta gente, tem gerado uma variedade enorme de pequenos e grandes negócios. Com o aumento dos adeptos desse esporte houve um significativo crescimento da mídia especializada - com revistas e sites promovendo a modalidade - e dos fabricantes voltados para esse segmento, que passaram a oferecer tênis cada vez mais modernos e arrojados, camisetas com tecnologias que melhoram a regulação térmica do corpo, e produtos similares. Também ocorreu um incremento na estrutura de apoio fornecida pelas empresas organizadoras dos eventos, que passaram a oferecer melhor suporte antes e após a prova, através de maior facilidade de pagamento das inscrições, de consulta dos resultados e até mesmo de busca de fotos dos atletas tiradas durante as competições.
Este aumento vertiginoso de esportistas também foi sentida no Rio Grande do Sul e, em especial, na capital gaúcha. Tal representatividade fez com que o Município de Porto Alegre sancionasse, em 2017, a Lei 12.225, que determina a data de 24 de abril como Dia Municipal em Homenagem Corrida de Rua. A indicação foi da Câmara Técnica de Corrida de Rua do CREF2/RS.
Segundo a presidente da Câmara, Cláudia Ramos Lucchese (CREF 002358-G/RS), o "boom" nas corridas de rua se deve a múltiplos fatores. “Hoje cada vez mais pessoas se encantam por esse esporte, que é democrático, pois teoricamente qualquer pessoa pode colocar um tênis, uma bermuda e sair para correr. E por ser uma atividade aeróbica, na maioria das vezes, podemos perceber que a evolução do condicionamento cardiorrespiratório é um dos fatores importantes nessa prática. Mas além disso, o que se percebe ainda é o prazer e a sensação de estar do indivíduo que participar de corridas”, explica. Muitos estudos relatam a liberação de hormônios do "bem", como a serotonina, quando se pratica a corrida. E esse hormônio é o grande remédio contra sentimentos de solidão e depressão.
Cláudia explica que esse esporte também proporciona a possibilidade de interagir com o meio ambiente, fazer novas amizades e com isso a sensação de pertencimento a um grupo com os mesmos objetivos. “Muitas pessoas que participam de provas de corridas de rua não buscam tanto a alta performance, e sim os benefícios acima descritos e principalmente a questão da superação, de saber que a competição é consigo mesma e isso o torna mais resiliente”, ressalta.
Mas, como todos os outros esportes, a corrida exige muitos cuidados e principalmente o acompanhamento de profissionais de Educação Físicas capacitados para que se evitem lesões importantes ou problemas cardiorrespiratórios, por exemplo. Uma pesquisa desenvolvida pela Unicamp com o objetivo de verificar a prevalência de lesões dos participantes nos corredores de rua constatou que cerca de 31% dos entrevistados relataram algum tipo de lesão. As lesões são mais recorrentes entre os que se submetem a maiores cargas de treinamento e mais participações em provas. A pesquisa indica que os corredores que vêm praticando corrida há mais tempo e que se submetem a maiores cargas de treinamento são mais suscetíveis a lesões, embora estas inferências devam ser confirmadas por outros estudos.
E é nesse sentido que a Câmara técnica de Corrida de Rua vem se reunindo periodicamente desde 2016. São profissionais de Educação Física que trazem seu conhecimento nessa área e discutem sobre quais as melhores ações para divulgar à sociedade que correr com segurança deve passar por algumas etapas como avaliação médica, avaliação física, atividades educativas e sempre com evolução de acordo com a especificidade de cada indivíduo. “Assim, muitas assessorias ou grupos de corridas têm se formado no Brasil e em nosso Estado. Sempre supervisionados por profissionais de Educação Física habilitados, o corredor tem a chance de praticar esse esporte com mais segurança e ainda evoluir na técnica e em outras competências necessárias”, avalia Cláudia.
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